Opinião do Blogeiro Daniel Perrone:
"Não sei se o jogo foi bom, se foi ruim, se foi movimentado, emocionante ou chato. Só sei que foi jogo de Libertadores e, desculpem os “pouco rodados na competição”; só quem tem intimidade com o torneio sabe o que é isso.
O São Paulo não jogou uma partida vistosa. Foi até surpreendido pela qualidade e aplicação coletiva do adversário no primeiro tempo mas, com experiência e muita eficiência, levou a partida (principalmente no segundo tempo) com segurança, teve competência defensiva e uma providencial dose de sorte para trazer três pontos importantíssimos rumo a classificação do grupo.
Repito para todo mundo ler: Isso é Libertadores!
Com esta boa vitoria, somado ao espetacular jogo e resultado em Cali, o Maior do Mundo compensou de longe o empate na estréia e encaminha a classificação. Somente um aborto da natureza nos tira da fase decisiva.
O time veio a campo com o que tinha de melhor no momento. Com André Dias e Zé Luis fora, Muricy optou por Rodrigo e Arouca para substituir os lesionados. Agora, com o time considerado titular, o Maior do Mundo passa a ter seu esquema básico conhecido pela torcida.
Logo nos primeiros minutos de jogo, apesar da pressão normal de todo time da casa que se preze, a impressão que ficou é que o aplicado time do Defensor surpreendeu o tricolor. Marcando sobre pressão e avançando com muita velocidade, os uruguaios tomaram conta do campo de ataque, sobretudo do lado esquerdo tricolor. Junior Cesar não dava conta dos avanços do adversário e sobrecarregava a marcação da defesa.
O tricolor, sem exagero, passou um legítimo sufoco nos primeiros 30 minutos. O time parecia uma mistura de San José/Caracas/The Strongest em campo. O time estava tão tonto e irreconhecível que fazia a alegria absoluta dos comentaristas que não engolem ver o clube permanecer no topo.
O jogo foi se desenhando um autêntico “gato e rato” até que, a partir dos trinta minutos, colocando a bola mais no chão e com a presença um pouco mais efetiva dos meias de ligação (que até então sentiam os efeitos da “altitude” de Montevideu e dormiam em campo) o São Paulo começou a equilibrar um pouco as ações e avançar. Os chutes a gol foram surgindo até a jogada fatal de Borges, que recebeu na grande área um lindo passe de Jean e fuzilou bonito de perna esquerda sem nenhuma chance ao goleiro adversário.
É de se frisar o chute indefensável de perna esquerda, no único lugar que nem uma mistura de Taffarel, Rodolfo Rodriguez e Poy pegariam. Eficiência e qualidade individual são também características fundamentais em jogos da Libertadores.
O jogo vai para o intervalo com uma excelente vantagem para o tricolor. Mas era preciso jogar mais para sair com os 3 pontos.
Vem a segunda etapa, os dois times que iniciaram o jogo em campo e, desta vez, uma postura melhor do time de Muricy, que tocava melhor a bola e marcava melhor, induzindo seguidamente o erro adversário. O Defensor não tinha mais aquele ímpeto do começo do jogo e o tricolor foi cozinhando o jogo. O técnico do time uruguaio resolveu jogar o time para frente, substituindo jogadores e deu muito campo de contra-ataque ao tricolor.
O time tinha posse de bola, mostrava segurança mas não acertava o penúltimo passe. Também faltava um pouco mais de velocidade e ousadia para um drible final, principalmente no lado direito, com Hernanes chegando muitas vezes livre. Para mim era dia de colocar o Dagoberto naquele lado, no lugar de Washington, amarelado no início do jogo e sem cacoete de puxar contra-ataques.
Aí, no final da partida veio a dose de sorte, importante para os campeões: Numa jogada de escanteio, o atacante uruguaio chutou em seu próprio companheiro e a bola desviou totalmente da linha do capitão. Por muito pouco ela não entrou. Foi capricho dos Deuses tricolores, sem dúvida!
Daí até o final o tricolor segurou bem, não permitiu pressão maior do Defensor, substituiu defensivamente e arrancou uma bela vitória. É bom frisar também que o time uruguaio é muito bem armado e vai dar trabalho, tanto no jogo de volta no Morumbi como em um suposto mata-mata. Não teve nada de catimba como anunciaram tantas vezes nos noticiários. Além do São Paulo, eu acho que o Defensor passa de fase, se manter a postura.
Resumão: Jogo difícil, excelente vitória e a sensação gratificante de saber que vários secadores dormiram tarde e diversos comentaristas exibirão um sorrisão amarelo nos noticiários dos próximos dias. Libertadores é assim, mas é preciso crescer na competição. Ainda não estamos no ponto. Oxalá chegaremos lá!
Saudações tricolores!"
É amigos.. É Libertadores.!
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